segunda-feira, abril 16, 2007

Little Stevie

As vezes eu fico me perguntando onde foi que a música preta se perdeu... Até o final dos anos 80, ainda tinha o Melle Mel, Run DMC, Public Enemy que representam o início do fim da boa música preta norte americana. Hoje em dia é duro: Coolio, Snoopy, 50 Cent, Beyoncee, Puff Daddy. Eles até têm a sua importância dentro de uma determinada leitura e tal, mas a musicalidade não é nem sombra do que se produzia desde os anos 30. Aí nos resta apelar para enlatados como Joss Stone, Maroon 5, Jamiroquai que, detalhe, nem pretos são e muito menos bons.

Artistas como o Stevie não existem mais (quero ver mais o que o Andre 3000 tem a apresentar). Ele ficou meio apagado pelo que fez nos anos 80 e ficou meio esquecido no tempo. É um daqueles caras que influenciou todo mundo que veio depois dele (inclusive todos esses que eu citei anteriormente). Bonito, talentoso, gravou e produziu o Talking Book basicamente sozinho. Toca bateria, baixo, piano, órgão, sintetizador, harmônica (com um estilo inconfundível - gravou até Samurai com Djavan).

Superstition tá no Talking Book e era para ser gravada originalmente pelo Jeff Beck, o que se tivesse acontecido, provavelmente teria nos privado de um dos mais bem executados riffs de funk da história. O Stevie mostrou pro mundo como usar os sintetizadores e muitas outras coisas.



Bonus Track
Esse vídeo aqui mostra ele improvisando em cima de Pappa was a Rolling Stone e ao mesmo tempo inventando o Daft Punk.

domingo, abril 08, 2007

Dawn Landes

Postzinho curto de final de semana. O Jairo me passou esse link e tenho assistido esse video sem parar desde quinta feira.

Não tenho muito a dizer. Essa música é da banda Peter Bjorn & John que é da Suécia. Os caras estÃo na luta desde 99, mas só agora começaram a aparecer. Essa Dawn Landes (muito talentosa e esperta) percebeu que os caras realmente compuseram uma daquelas músicas que vai ficar para a história e mais do que rápido fez uma belíssima versão bluegrass da música.

Eu entrei no Myspace dela e ela é bacana. Não me impressionou muito, mesmo porque o tipo de artista que ela é não me impressiona mesmo, mas já andei vendo pela net que ela é considerada a próxima star... vamos aguardar. O som dela é um folk-pop à lá Suzane Vega. Além da carreira como artista ela trampa como engenheira de som em um estúdio em NY. A verdade é que depois dessa versão, assim como o PB&J depois de Young Folks, ela não precisa fazer mais nada.

Boa páscoa à todos.

quinta-feira, abril 05, 2007

BRMC

Um dia o Peter Hayes cansou das loucuras do Brian Jonestown Massacre, banda que ele tocava guitarra e resolveu fazer a melhor coisa da vida dele: montar o Black Rebel Motorcycle Club. O documentário Dig dá a pinta do que deveria ser aguentar o Anton Newscombe e a sua turma de junkies neo-hippies e é fácil, fácil entender porque o Hayes resolveu sair e abrir sua própria lojinha.

O disco de estréia do BRMC saiu junto com o dos Strokes e do Kings of Leon e ficou meio ofuscado entre as novidades, mas era o melhor dos três sem dúvida. Traziam um revival 80's dos bons, trazendo influências de bandas como Spacemen 3 e Jesus and Mary Chain. O seguinte: Take Them On, On your Own chegou a #3 nas paradas inglesas e seguia a mesma linha. O terceiro Howl foi mais "maduro", pegaram uma veia mais folk, mais Dylan. Foi sucesso de crítica, mas ainda prefiro o BRMC tradicional.

Com o 4o álbum Baby 81, que vazou na net antes do lançamento, eles voltam as raizes e apresentam um puta som. O BRMC é a melhor coisa que o rock and roll "indie" apresenta no momento.

Red Eyes and Tears ao vivo: Isso é rock and roll!

quarta-feira, abril 04, 2007

Nerdabilly

Crazy Joe Tritschler é da turma do Deke Dickerson. Toca muita guitarra, gosta de rockabilly e é nerd. O cara é mestre em engenharia eletrônica, dá aula e nas férias escolares sai em turnê com o Deke Dickerson.

Lembram do Bakersfield sound que eu citei no post do Buck Owens? Essa música é um exemplo claro da influência que o Buck e o Don Rich exerceram numa puta galera. Mas o som do Crazy Joe na essência é como se o Little Richards fosse branco, nerd e tocasse guitarra (não sei de onde eu tiro essas coisas - o Little Richards nunca seria nenhuma dessas três coisas). Enfim, no EP Sweatin' Bullets Over You, o Joe dá a pinta que uma das suas maiores influências é o Brother Richards.